Onde andará minha pequena?

Saudade

Saudade é coisa séria.
Vai nos deixando calados, e a mente teima em pensar na pessoa que está distante. Quando um filho se casa, o coração se aperta, as horas não passam e tendemos a fazer as coisas como eram antes: olhar o relógio no horário do filho acordar, ou chegar do trabalho; fazer a comida pensando nos seus gostos; e sempre olhar em direção do quarto, como se a cada instante, ele fosse surgir dali com uma pergunta: – Manhê! Você viu “aquela” minha blusa? Aí, caímos na realidade: ela não está mais ali. Um “cara de cueca” a levou, e agora ela só aparece de vez enquando, com ele atiracolo.

Ela se foi; sua filinha. Agora é adulta; agora é dona de casa; mulher responsável. Trabalha, estuda e ainda tem uma casa pra cuidar.
Mas, porque a tristeza? Não é este o caminho natural das coisas? Não foi isto que eu quis e orei? Para que ela fosse feliz, e encontrasse alguém para formar uma família e servir a Deus? Foi mesmo.
Mas e minha filhotinha?, com aquele sorriso maroto, pulando sem parar e me chamando a todo instante para ver uma nova letra, ou um mergulho de sereia?, para onde foi? Cresceu! Só isso, Norma, ela cresceu!

O coração teima em lembrar dos tempos bons que não voltam mais. Mas a razão nos faz sorrir.
Uma hora dessas ela volta e entra por aquela porta, feliz, com alguma novidade, ou triste por algum desacerto no trabalho, ou preocupada com alguma decisão a tomar.
É, aquieta coração. Este é o curso da vida. Mas como dói a saudade.

Keuzinha, keuzinha, como amo esta menina.
Seja feliz minha pequena; seja feliz, mas apareça de vez enquando, pra matar minhas saudades.

só Norma.